Olá, me chamo Caco Baptista e sou professor de sociologia e bioética na Unisc, Universidade de Santa Cruz do Sul.
Neste blog irei publicar trechos de leituras, citações e comentários variados, links diversos.
Aulas, textos acadêmicos e reflexões mais elaboradas continuam no blog do Professor Caco Baptista (https://cacobaptista.wordpress.com).
Guerras táticas da comunicação de Bolsonaro (Wilson Ferreira)
Uma análise muito interessante do professor Wilson Roberto Vieira Ferreira, no seu blog Cinegnose, sobre os sentidos da estratégia de comunicação do governo Bolsonaro, destacando a falta de compreensão do processo pela midia e pelas esquerdas, que conduz a perplexidades, paralisia e confusão tanto da mídia convencional como da oposição. Esta, agindo de forma reativa, fortalece a estratégia bolsonárica, é pautada por memes e tuítes, e se perde em nuvens de fumaça.
Copiei aqui os parágrafos finais. Para ler na íntegra use o link:
Também, por incrível que possa parecer, de dentro da cadeia na PF de Curitiba, Lula avaliou que Bolsonaro “está usando temas morais ou de comportamento como cortina de fumaça para ações impopulares nas áreas econômica e de direitos sociais”. Talvez um olhar à distância dos acontecimentos esteja dando maior lucidez a Lula do que a esquerda imersa e confusa diante blitzkrieg de Bolsonaro.
Uma guerra que conseguiu inverter a natureza dos temas: enquanto os temas econômicos que deveriam ser concretos (por se tratar da sobrevivência no dia-a-dia) tornam-se abstratos, os temas ideológicos, de valores ou costumes deixam de ser abstratos para virarem concretos e emergenciais.
De repente moinhos de ventos como “marxismo cultural” ou “ideologia de gênero” viram monstros reais para a esquerda transformada em Dom Quixote.
Porém reverter essa inversão não será fácil. Tem a ver com uma guinada total na estratégia reativa da esquerda. Como?
Por exemplo, que tal ao invés de produzir metamemes (que mais parecem paráfrases que prestam homenagens às provocações de uma Damares Alves ou um de um Ernesto Araújo), atuar no mesmo campo simbólico da “direita alternativa” (alt-right), o politicamente incorreto?
A fonte criativa para a criação de memes incorretos que simplifiquem por meio de memes, cartuns ou charges questões econômicas podem estar na revista “MAD” dos anos 1970 – quando a linguagem politicamente incorreta era anti-stablishment, contra o governo republicano Nixon, cujas origens estavam nas HQs underground e contracultural dos anos 1960, de Robert Crumb a Trina Robbins. Marxismo Cultural? Então, fale-me mais sobre “os jovens se libertarem das leis trabalhistas…”.