1. Por que EaD? A formação do professor, o modelo de ensino e a necessária qualificação dos espaços de interação acadêmica 1. Introdução

Inicio aqui a postagem, parte por parte, do meu texto sobre educação a distância, formação de professores e modelos de ensino.

Penso que publicando por partes ficam textos menores e com títulos que indicam melhor o conteúdo. Assim, talvez despertem mais atenção e sejam mais lidos.

E o texto original já foi organizado em módulos, então penso que suporta bem o esquartejamento e cada parte pode ser lida sozinha.

Introdução

A disseminação das tecnologias da informação e da comunicação (TIC) em diversos âmbitos da vida social tende a tornar mais aceitável e mais trivial o uso da telemática para diversas atividades, entre elas, estudar/ensinar/aprender. Este fenômeno coloca-nos diante da necessidade de pensar sobre a capacitação do professor para trabalhar com as TIC – seja na educação presencial, seja na EaD –, sobre a própria infra-estrutura tecnológica colocada à disposição do professor e dos estudantes na sala de aula presencial e sobre o tipo de interação educativa que é possível desenvolver com a utilização dessas tecnologias, tanto na educação presencial como na EaD. Afinal, nas duas modalidades é preciso haver formação para a tecnologia, formação didática, domínio de temas e conteúdos e a capacidade de motivar, liderar e coordenar os estudantes1.
Considerando este quadro, parece oportuno refletirmos sobre as possibilidades de ampliação e qualificação dos espaços de interação didático-pedagógica. Como meu conhecimento e meu interesse de pesquisa rerstringem-se à universidade, penso que seria mais apropriado falar em espaços de interação acadêmico-científicos, considerando o papel central da pesquisa científica na educação universitária2.
Para dar conta desse propósito inicio o presente texto com alguns questionamentos sobre a escola e o professor hoje e sobre as necessidades de formação do professor para dar conta de um tipo de relação de ensino-aprendizagem que se concretiza numa concepção de aula universitária como um contexto de aprendizagem que propicia uma interação educativa complexa e significativa. Depois disso, faço uma descrição de como se ensina na universidade hoje, apresento uma breve caracterização do que pode e precisa mudar no modelo de ensino da universidade brasileira com a adoção da EaD e concluo explicitando uma concepção do professor universitário como um intelectual erudito, capaz de pensar a ciência, a educação e a sociedade.

Um comentário em “1. Por que EaD? A formação do professor, o modelo de ensino e a necessária qualificação dos espaços de interação acadêmica 1. Introdução

  1. 2. A escola e o professor hoje
    A imensa quantidade, complexidade e diversidade de informações com as quais as crianças lidam e têm contato no nosso tempo, obrigam a escola e os educadores a reavaliar as metodologias de ensino e as estratégias pedagógicas, a rever as expectativas sobre as competências e capacidades esperadas do aluno, e a repensar profunda e honestamente o papel da escola e do professor. Sem as reformulações necessárias, corremos o risco de ter escolas irrelevantes para os alunos e, conseqüentemente, formar maus cidadãos e profissionais mal preparados.
    Então, qual é o papel da escola no novo contexto cultural e tecnológico da sociedade contemporânea? E qual deve ser o papel do professor nesta nova escola? O novo paradigma educacional sugere que a escola seja um ambiente especialmente criado para a aprendizagem, rico em recursos, que possibilite às crianças e aos adolescentes a construção do seu conhecimento seguindo o seu estilo individual de aprendizagem. O professor precisará deixar de ser um mero mantenedor da ordem e transmissor de técnicas e informações para se transformar em um guia, um mediador, um companheiro do estudante na busca da informação e na sua interpretação crítica com vistas à construção de um conhecimento significativo.
    A função do professor, nessa proposta, assemelha-se mais à de um líder ou coordenador. Enquanto o professor tradicional geralmente traz para o processo ensino-aprendizagem as informações prontas para serem transmitidas, o coordenador trabalha e pensa junto com os estudantes, criando e mantendo a comunicação para a formação de uma helicoidal de conhecimentos, atuando como um mediador entre os estudantes e a tarefa, removendo barreiras que dificultam o conhecimento, sugerindo problemas que estimulam a curiosidade e a imaginação, lembrando a importância do registro das observações e dos pensamentos, auxiliando no processo de aprendizagem e moldando um contexto de aprendizagem para a turma que ele lidera (um sistema auto-organizado composto por professor-alunos-espaço-materiais e suas interações).

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