Um autor muito citado, muito elogiado e possivelmente muito lido em 2018 foi o israelense Yuval Noah Harari, autor de dois dos mais importantes best-sellers do ano, Homo Deus e Sapiens, além do menos comentado 21 questões para o século XXI.
Não li Homo Deus, estou lendo o Sapiens e as 21 questões. Os dois são bem escritos, gostosos de ler, mas tem alguma coisa que me incomoda. Correndo o risco de desafiar a unanimidade, diria que a portentosa erudição do autor disfarça a superficialidade da análise.
Falando especificamente do 21 questões …, me lembrei do Powershift, lançado pelo Alvin Tofler em 1990. A diferença, me parece, é que o otimismo do Tofler com a tecnologia de informação e com a “economia simbólica” não o impedia de ver que a história é construída pelas e nas relações sociais, relações de classe incluídas. Já o Harari, com seu entusiasmo pelo algoritmo e por uma futura “sociedade algorítmica, parece esquecer que esta sociedade continuará sendo uma sociedade capitalista e que esta deve ser a chave para tentar compreender seus desdobramentos.
Deixo vocês com a ótima análise do Sérgio Augusto de Moraes sobre o Sapiens, publicada no blog Democracia e Socialismo em julho de 2018: SAPIENS – Harari, Marx e Engels.
O site Democracia e Socialismo publicou também, do mesmo autor, uma crítica ao Homo Deus, cujo link encontra-se no corpo do texto sobre o Sapiens. Boa leitura.