Mais uma vez trago aqui um excelente artigo do Wilson Ferreira, no seu blog Cinegnose, sobre a guerra semiótica criptografada que vem sendo travada desde 2013 em nosso país. Neste artigo, ele retoma as 10 táticas de manipulação midiática descritas por Noam Chomsky no livro A manipulação do público para alertar que as forças de oposição à barbárie estão perdidas e contribuindo para a vitória da tática de distração da opinião pública que vem sendo utilizado por Bolsonaro e seus seguidores. Leitura importante para não embarcar na onda do candidato a ditador.
As10 táticas de manipulação de Chomsky: esquerda refém das provocações de Bolsonaro.Por Wilson Ferreira
Principalmente a partir das manifestações de rua em 2013, a esquerda perdeu completamente o controle da sua agenda. Desde então, enquanto permaneceu no governo limitou-se a agir reativamente controlando danos. E fora do poder, limita-se a deixar o sangue subir à cabeça e reagir a cada provocação do clã Bolsonaro, aceitando entrar no jogo da guerra semiótica criptografada. Sem conseguir criar uma agenda própria. A recente foi a ordem de Bolsonaro para as casernas comemorarem o golpe militar de 1964 como uma “revolução popular” – escandalizada, esquerda vai às ruas como se quisesse salvar a própria biografia, enquanto o País marcha para “reformas”, uberização do trabalho e extermínio do futuro de uma geração inteira. O linguista Noam Chomsky diria que a oposição está caindo na primeira tática de manipulação: a Distração. Para depois, por em prática as outras nove táticas de criação de falsos consensos na opinião pública.
Escrito pelo linguista Noam Chomsky e o crítico de mídia Edward S. Herman, o livro “A Manipulação do Público” continua bem atual. Nessa obra, são detalhadas as dez técnicas de criação artificial de consenso na opinião pública.
São elas: Distração (desviar a atenção daquilo que é realmente importante); Método Problema-Reação-Solução (criar uma situação de terra arrasada para impor medidas de suposta solução); Gradação (aplicar medidas impopulares de forma gradativa e imperceptível); Sacrifício Futuro (é mais fácil aceitar um sacrifício futuro do que imediato); Discurso Infantilizado (tratar a opinião pública de forma afetuosa ou humorística); Sentimentalismo e Temor (apelar para o medo e emoção para impedir uma resposta racional ou crítica; Valorizar a ignorância (dar espaço na mídia pessoas medíocres e ignorantes para que o estúpido e o vulgar sejam um exemplo para os mais jovens); Desprestigiar a inteligência (apresentar na produção audiovisual o cientista como vilão e o intelectual como pedante); Incentivar introjeção da culpa (incutir a culpa no indivíduo para dividir a sociedade entre vencedores e perdedores); Monitoramento (pesquisas de opinião e as atual mineração de dados e análises psicométricas em redes sociais para controle de opinião pública).
É claro que cada uma dessas técnicas é diariamente colocada em ação dos telejornais aos programas de entretenimento (…)