Democracia e Modéstia. Por Albert Camus, 1947.

“Talvez não exista nenhum regime político bom. Mas a democracia é certamente o menos mau. A democracia é inseparável da noção de partido, mas a noção de partido pode muito bem conceber-se sem democracia. O que acontece geralmente quando um partido ou um grupo de homens imagina possuir a verdade absoluta. (…) O democrata, finalmente, é aquele que admite que o adversário pode ter razão, e que, por conseguinte, o deixa falar e aceita reflectir sobre os seus argumentos. Quando os partidos e os homens estão de tal modo convencidos de que tem razão que mandam calar brutalmente os seus contraditores, a democracia deixa automaticamente de existir. Apareça quando aparecer, a modéstia é sempre saudável para as repúblicas.”

Trechos de crônica de Albert Camus, publicada em fevereiro de 1947 na revista Combat. Edição em português:

CAMUS, Albert. Cartas a um amigo alemão. Lisboa: Edição Livros do Brasil, p. 139-144, s.d.

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